Ele escapou do seu mundo.
Baby Blue, pouca idade - sim, não preciso citar números exatos, né? Tímida, inteligente para sua pouca estradinha de vida, nem muito magra, nem com muita carne sobrando. Nem careta, muito menos moderninha. Um pouco antiquada, talvez. Cabelo mutante, gostos e vícios simples, modestos. Poucos amigos, muitos conhecidos. Ouve o que quer e quando quer. Tem um jeito sobrenatural de pegar as coisas no ar e prever tudo de ruim que possa estar por vir.
Ela não seria o que é, caso não tivesse ido àquela festa naquela madrugada. Não teria o conhecido, não teria ouvido sininhos, não teria cantado às 6 da manhã em frente de um orelhão depois da festa. Não teria paquerado o cara que estava encostado na parede da casa abandonada ao lado da boate, e que por acaso não era o carinha que ela tinha acabado de se apaixonar e que por acaso mais ainda morreu dormindo ano passado.
Maldita primeira festinha rave, sentimento de liberdade, borboletas no estômago. Droga de sorriso malandro dele, de cabelos longos e negros dela. E o pior de tudo: sacanagem do destino eles terem o mesmo pensamento sobre relacionamentos. E olharem os casais brigando, drogados, fazendo escândalo. Riam, juravam nunca ficarem na mesma situação. Destino safadinho esse!
Ela poderia amaldiçoar o dia que o conheceu. Podia mesmo, se ainda não lembrasse dos momentos bons que marcaram os seus 13, 14 anos. Era doce, tinha vergonha de comer na frente dele, de beijar em público. Tinha medo de se machucar, de dizer 'eu te amo'. Ficava vermelha ao vê-lo chorar, tinha raiva de não ser carinhosa que nem ele. Não acreditava muito no fato dele estar entregue ao primeiro amorzinho. Fazia cartinha perfumada, mandava e-mail meloso, desenhava coração no MSN, na banca do colégio. Falava como foi o seu final de semana em inglês com os olhos brilhando nas segundas-feiras em sua aula de cultura inglesa. Preferia ouvir da boca do Cazuza 'preciso dizer que te amo' ou 'exagerado' em vez de 'o mundo é um moinho' ou 'eu queria ter uma bomba'.
Mas ela mudou. Perdeu a vergonha dos beijos na frente de muita gente e de se melar toda tomando sorvete. Se acostumou em dizer 'eu te amo', aperfeiçoou a sua paciência e começou a achar lindo quando ele ficava mau-humorado. Aprendeu a não comemorar tanto quando ganhava todas as partidas de poker.
E um dia, que seria só mais um narrado em outra redação de inglês das tais aulas, tudo acabou. Desde então, seus perfumes demoram mais para acabar, por falta de cartinhas perfumadas para fazer. Seus olhos procuram conforto no seu próprio reflexo no espelho todas as manhãs. E ela teima em dizer que o amor não se pôs nele.
Ela não seria o que é, caso não tivesse ido àquela festa naquela madrugada. Não teria o conhecido, não teria ouvido sininhos, não teria cantado às 6 da manhã em frente de um orelhão depois da festa. Não teria paquerado o cara que estava encostado na parede da casa abandonada ao lado da boate, e que por acaso não era o carinha que ela tinha acabado de se apaixonar e que por acaso mais ainda morreu dormindo ano passado.
Maldita primeira festinha rave, sentimento de liberdade, borboletas no estômago. Droga de sorriso malandro dele, de cabelos longos e negros dela. E o pior de tudo: sacanagem do destino eles terem o mesmo pensamento sobre relacionamentos. E olharem os casais brigando, drogados, fazendo escândalo. Riam, juravam nunca ficarem na mesma situação. Destino safadinho esse!
Ela poderia amaldiçoar o dia que o conheceu. Podia mesmo, se ainda não lembrasse dos momentos bons que marcaram os seus 13, 14 anos. Era doce, tinha vergonha de comer na frente dele, de beijar em público. Tinha medo de se machucar, de dizer 'eu te amo'. Ficava vermelha ao vê-lo chorar, tinha raiva de não ser carinhosa que nem ele. Não acreditava muito no fato dele estar entregue ao primeiro amorzinho. Fazia cartinha perfumada, mandava e-mail meloso, desenhava coração no MSN, na banca do colégio. Falava como foi o seu final de semana em inglês com os olhos brilhando nas segundas-feiras em sua aula de cultura inglesa. Preferia ouvir da boca do Cazuza 'preciso dizer que te amo' ou 'exagerado' em vez de 'o mundo é um moinho' ou 'eu queria ter uma bomba'.
Mas ela mudou. Perdeu a vergonha dos beijos na frente de muita gente e de se melar toda tomando sorvete. Se acostumou em dizer 'eu te amo', aperfeiçoou a sua paciência e começou a achar lindo quando ele ficava mau-humorado. Aprendeu a não comemorar tanto quando ganhava todas as partidas de poker.
E um dia, que seria só mais um narrado em outra redação de inglês das tais aulas, tudo acabou. Desde então, seus perfumes demoram mais para acabar, por falta de cartinhas perfumadas para fazer. Seus olhos procuram conforto no seu próprio reflexo no espelho todas as manhãs. E ela teima em dizer que o amor não se pôs nele.
O primeiro parágrafo me discreve bem tb, tirando a parte da pouca idade - não que seja uma velha, mas não sou uma adolescente :P - e a parte de "nem gorda"... de resto tá igual...