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com seus garranchos....

 

A comodidade - e a dor.

Olho pros lados. Uma porta, uma parede. É assim que eu me sinto, presa numa teia onde só tenho uma opção: sair. Mas a comodidade - e a dor, me fazem continuar sentada nesse lugar pequeno e mal iluminado, que convecionou-se chamar "seu coração". Engulo minha saliva e torno a olhar ao meu redor... Esse gosto amargo me vêm à boca; esse gosto de bile. Sim, não tem mais nada no meu estômago e tudo aqui me enoja. Nesse lugar não há o que comer; no seu coração não há nada que não meros móveis. Um sofá, uma mesa, um computador... alguns papeis. E o vazio. O vazio que preenche o seu coração, que preenche você, e que acaba por me preencher, como que por osmose. Infelizes das pernas minhas, que já não caminham sem se apoiar nessas suas veias e artérias que se alimentam de um sangue rico em substâncias que o seu organismo rouba de mim, da mesma forma que você me rouba o sorriso e coloca ele no seu rosto pra exibí-lo como um troféu. E acabo, por fim, fazendo desse tapete surrado, um leito. Quisera eu que tudo voltasse a ser como antes, onde meu leito era teu peito, e o gosto que vinha à minha boca era aquela mistura de pasta de dente com doritos, aquelo beijo de bom dia e aquele cheiro de pizza ao entardecer. a porta branca se abre...é você?
Susto. Abro os olhos. Adormeci? Talvez. Acho que foi tudo um sonho. A televisão continua acesa. Resolvo olhar pros lados para, finalmente, ter certeza que foi um sonho; e foi. O que os meus olhos cansados vêm são esse vazio do lado da cama, onde você deveria estar. Talvez esses sonhos sejam uma cópia sem som da realidade. O mesmo vazio. Apenas móveis. Sem beijos, sem gosto de pasta de dente. E a porta, também branca, continua fechada. Só tem esse cheiro de café que alguém, que não você, tá passando pra mim. Esse café que a minha infeliz comodidade - e a dor, me fazem tomar sozinha, toda manhã, vestida nas camisetas que você deixou aqui e que ainda têm o seu cheiro. Ou talvez não tenham mais, mas eu sinto, ainda sinto.
E se me perguntassem se eu queria sentir o cheiro do seu cabelo na minha mão toda manhã, como se eu tivesse feito cafuné em você pra dormir (em um você que eu não vejo há semanas)... Bem, é pra ser sincera? Queria. Quero. Isso é gostar de sofrer? Talvez. Quem se importa?
As lembranças alimentam essa vontade louca de você, essa obsessão pelo seu cheiro e a falta que o teu sorriso faz só as minhas lagrimas correndo do rosto pro peito, como as gotas de orvalho que molham as rosas do jardim, poderiam descrever.
Ou sobrescrever.
Ou transcrever.

Por: Jade Corte
Data: terça-feira, janeiro 30, 2007
Às 8:18 PM
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Desatinada de Marco Lisboa

(...)
Acordei confusa no dia seguinte, perguntando incansavelmente se alguém havia trazido algum bilhete, se algum recado havia chegado, mas a resposta foi nenhuma. E assim foi durante mais de uma semana. Eu não sabia mais que desculpa dar para não encontrar Nicolau, até que depois de três dias tentando ele parou de insistir e não foi mais. Por mais que eu devesse me aliviar com tal fato, confesso que meu ego sentiu a falta das investidas de Nicolau e esse ego ferido aumentou ainda mais a angústia e a frustração por não receber nenhuma resposta de Marco. Depois da segunda semana comecei a cogitar a possibilidade de ele não recebido minha mensagem, então mandei outra, e outra, e mais outra até não ter mais palavras para escrever. Estava tão ansiosa por tê-lo, por olhar seus olhos que se ele aparecesse naquele momento em minha frente não permitiria que emitisse um só som, pois o calaria com meus lábios com incrível rapidez.Porém, depois de três semanas sem resposta, tinha sim vontade de por meus olhos nele para cuspir em sua face.
Então na falta de Marco, recorri à única pessoa possível: Nicolau. Fui à sua casa, mas ele não se encontrava. Esperei por duas horas e ele não apareceu. Então pedi à criada que lhe dissesse que eu lá estive. Voltei para mansão e Nicolau não foi me encontrar. Nem naquela noite e nem na próxima...
– Nem um nem outro agora... – falei comigo em voz alta.
– Sua obsessão por Marco ainda te fará ficar sozinha. Nem amor, nem amigos, nem leveza. – falou Isabelita através da porta.
– Não demora e eu vou ministrar a aula. Agora por favor, me permita ficar sozinha, Isabelita. – respondi de maneira seca
Ela assentiu com a cabeça de forma frustrada e se foi, tossindo como sempre.
Na tarde seguinte, fui novamente à casa de Nicolau e a servente me disse que ele estava em um restaurante próximo com alguns sócios. Então fui a seu encontro. Ao ver-me, ele me recebeu com o mesmo sorriso amigável de sempre. Com a mesma cordialidade e afeição.
Confesso que essa atitude me confundiu deveras. Ele me chamou para sentar à mesa com eles e me apresentou como uma amiga. Quando os seus sócios se foram, ficamos lá para conversar.
– Ora! Vejo que ainda estás viva!
– Deves me odiar. – falei cabisbaixa.
– Não odeio pessoas que confirmam que eu estou certo. – olhou diretamente em meus olhos, porém ainda com muita doçura. – Então? Ele te disse que quer voltar a ser seu amante e tu estás aqui para se despedir?
– Não... estou aqui para continuar o que deixamos em suspenso. – tentei ser o mais sensual que pude.
– Veja bem, o que tu deixaste em suspenso, não eu.
– Nicolau...
– Eu não quero, Rita. Não assim. Não quero ser o entorpecente para momentos de dor.
– Não faça isso comigo, Nicolau! Preciso de você, preciso ter com quem contar...
– Não. Precisas de adorador para sustentar teu ego. És linda, inteligente e refinada. Não deverias precisar que as pessoas confirmassem isso.
– Não me deixe só nesse momento. – segurei suas mãos.
Nicolau não se abalou em nenhum instante. Continuou sorrindo com um carinho dilacerador, com admiração e amor. Beijou minhas mãos com ternura e finalmente falou:
– Da mesma forma que tu tens todos os predicados que eu enumerei, eu, de minha parte, também os tenho. Por conta disso, mereço ser algo mais do que a segunda opção de alguém. – uma lágrima escorreu por de meus olhos e ele enxugou com um beijo tão singelo quanto é possível ser. – Amo-me apesar do amor que sinto por ti. Quando estiveres pronta para realmente se entregar a mim, estarei aqui de braços abertos, esperando. Não por ser seu capacho ou seu brinquedo, mas por acreditar piamente que és a única mulher nesse mundo certa pra mim. Mas saiba que não esperarei para sempre. Sei conviver bem com amores platônicos.
Ainda tentei argumentar, mas fui calada com um olhar. Eu não poderia enganar, nem a ele, nem a mim. Marco ainda permeava todos os meus pensamentos e sensações. Então, sem dizer mais uma palavra, levantei-me e fui embora. Nicolau não tentou me impedir. Ficou apenas sentado a olhar-me ainda com um quê de admiração nos olhos.

Rita de Marco Lisboa - parte II pag. 106

*eu não sei por que, mas sempre me lembro na "Desatinada" quando escrevo alguma parte desse livro... não sei por que

Por: Anônimo
Data: segunda-feira, janeiro 29, 2007
Às 3:31 PM
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Me dá um trago deste beijo?

Era noite. Já não havia muita gente na rua fora os mendigos, as vendedoras de rosas e os bêbados febris. As pessoas passavam e as palavras soltas no vento formavam frases tão livres quando o meu estado de espírito. Eu te vi suspirar de aflição e olhar para mim. Os teus olhos tão vazios, já tão cheios de lágrimas, refletiam aquele carro azul que passava devagar olhado para nós. Não o culpo; meio absurdo estarmos na rua aquela hora, mas estávamos e não havia mais ninguém. Talvez houvessem pessoas físicas no local, mas, metafisicamente, só existia ele. E eu pra ele. Ou não. Mas havia muito amor. De alguma parte. Talvez. Depois, como de costume, raspamos o fundo do barril e achamos algumas gotinhas de amor. E nos amamos. Depois, chorei, chorei até ficar com dó de mim. E me fui, não arrependida, mas tão vazia quanto o barril que raspamos. Então...
Então eu fico como sempre fico: rindo em vão. Rindo das mentiras de amor que você ensinou. E talvez até pensando... em você. O que fazer? Sorrir. Pois sempre esperamos um fim, mas ele vai ficando cada vez mais distante, voluntaria ou involuntariamente. Que nada, não adianta. Vou deixar pra lá. Vou ficar quietinha. Vou fumar meu cigarro e não vou atender o telefone. Vou guardar a tua essência na minha pele até a hora do banho. E ai pronto. Deixarei você escorrer... e ir pro esgoto... e depois pro mar, que é o seu lugar. Longe de mim.

 
 

Levo a vida devagar, pra não faltar amor.

Tá decidido. Mudança de planos já! Tudo bem que eu posso mudar de idéia novamente e viver em constante instabilidade ideológica, mas é que eu odeio ter que seguir sempre uma coisa só. Gosto mesmo de misturar tudo, colocar as coisas de cabeça para baixo. Foi então que eu coloquei Darwin ao contrário.

Estou nesse dilema e competição faz tempo. Não muito tempo porque eu ainda sou jovem pra burrro. 'Jovem...'. Engraçado, só minha mãe me chamaria assim, na verdade, eu ainda sou uma pirralha! Essa sim seria a palavra certa. E isso me entristece pacas. Eu não vejo nada mais além de alguns arrependimentos e mais frustrações se eu continuar nesse ritmo que ando levando.

É um suicídio diário para mim essa rotina: acordar, estudar, dizer 'bom dia' e 'tudo bom' acompanhado de um sorriso forçado, estar sempre disposta nas segundas-feiras mesmo numa baita ressaca - ou até de me privar delas por uns e outros, ou porque não-sei-quando tem aula e prova e vestibular. E daí vem aquela voz soprando no meu ouvido: 'ser sempre melhor!'

Não estou muito afim de passar a minha vida toda mostrando aos outros os diplomas que consegui, nem de ficar a resmungar que ando ocupada por ser tão requisitada no trabalho, tampouco ter 4 filhos e ser vista num desses programas de TV como um exemplo de família tradicional brasileira.

Eu acredito numa forma alternativa de viver, ir contra as regras, contra os caminhos já traçados... Acredito no menos propício, no modo de viver onde os menos capacitados sobrevivam. Onde eu não precise ser a melhor. Não precise 'vencer na vida'. Que eu apenas viva, ou não.

 
 

Passageira

Porto Alegre, 14 de Março de 2006

É um dia como outro qualquer, pelo menos era assim que eu pensava quando acordei. Levantei da cama com o rosto ainda amassado do sono pesado, escovei os dentes, tomei banho, coloquei a farda do trabalho. Como já estava atrasada, só comi algumas torradas ainda do dia anterior e engoli um pouco de leite. Peguei o mesmo ônibus de sempre, o mesmo motorista e cobrador, é...deu tempo de pegar o mesmo ônibus. Até já conheço algumas pessoas que trabalham no mesmo horário que eu e pegam aquele bendito coletivo sempre cheio. Tudo muito igual, as mesmas coisas, as mesmas pessoas, as mesmas cores de roupa e, para piorar, os mesmos clientes chatos. Acho que estou condenada a trabalhar pelo resto da vida naquela loja. Estava tão desatenta pensando nesse carma que carrego que demorei a perceber o rapaz que estava em pé ao meu lado. O que é que ele tanto olha? Meu rosto ainda está amassado, nem maquiagem coloquei....ele continua a olhar. Estranho. Olhei pelo canto do olho. Ele ainda está olhando. Fingi procurar alguém no ônibus. Ele ainda me olha. O que é que tem em mim hoje? Será que tem resto de torrada na minha boca? Eu hein. Faz tanto tempo que eu não sei o que é paquerar, flertar, ou qualquer outra dessas palavras sinônimas que estou começando a achar estranho se for isso que estiver acontecendo hoje. Chegou o local de descer. Nossa, ele desceu também e está ha poucos passos atras de mim. Será que é um assalto? Tá dando medo...
- Ei! Espera um pouco!
O cara está falando comigo? Nã custa nada olhar para tras. Olhei.
- Garota, te olho ha dias, já sorri, já disse bom dia, já tentei conversar sobre a mesmisse do ônibus, mas você sempre apressada e pensativa. Posso saber seu nome?

Por: Renata Ribeiro
Data: domingo, janeiro 28, 2007
Às 5:38 PM
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paixão, frustração e, consequentemente, masoquismo.

Eu estou participando há mais ou menos 1 anos e 7 meses de uma pesquisa de campo que tem me dado muitas respostas, reflexões, motivos para me fazer de vítima, porém nenhuma ação propriamente dita. Mas deixemos a falta de ação de lado. Vamos nos ater apenas ao resultados dessa minha pesquisa que, por algum motivo da natureza, ainda não terminou.

Minha pesquisa passou por quatro fases: A primeira onde não havia paixão da minha parte. Nessa fase as coisas apareciam bem claras à minha frente. Todos os defeitos eram visíveis e eu podia enxergar toda a sua complexidade, sua extensão e matinha o pensamento racional, ponderando se ainda valia à pena ou não continuar com o objeto pesquisado; a segunda fase do trabalho aconteceu quando a raconalidade foi dando espaço à expectativa, às ilusões, aos príncipes encatados e eu me apixonei. Essa fase da pesquisa foi a pior de todas, pois agora cada defeito, ao invés de parecer um obstáculo, servia apenas como estímulo para me humilhar mais e mais e quanto menos ele me queria ou pelo menos demonstrava me querer, mais eu corria atrás por alguma razão que a ciência ainda não conseguiu explicar.

Nesta fase foi que minha teoria começou a aflorar na minha mente. Assim que nos apaixonamos, automaticamente nos frustramos ( por que esperamos tudo da outra pessoa), porém há a esperança de a pessoa passe a fazer tudo que vc espera ( o que é logicamente impossível) e por isso vc continua com ela mesmo estando frustrada e sofrendo. Daí começa o problema do masoquismo. Vc se abtua à dor e ao jeito grosseiro da outra pessoa, às manias chatas que ela tem, às burrices que ela diz, à maneira como ela te critica e põe pra baixo apenas para que ninguém note que ela é, na verdade, o inútil e o burro da relação.

O estranho é que, mesmo abtuado á dor, um dia você se liberta, e num acesso de amor próprio vc termina o namoro.

daí vem a terceira fase.

Vc está acostumada apesar de tudo, e por mais que conscientemente você saiba que ele te faz mal, o espaço vazio que ele deixou te encomoda de mais. No começo encomoda menos que a presença dele, mas com o tempo, a mente vai esquecendo o sofrimento que ele te causava e só consegue pensar no sofriento que a falta dele causa agora, então... você volta o namoro de novo, dando início à quarta fase:

Você volta e não tem mais esperanaças de dar certo. Está com ele só por estar, pra não ficar sozinha. Por isso não se importa com as bobagens que ele faz ou deixa de fazer, se ele liga pra vc ou não vc só está interessada em ficar forte para ou procurar outro ou ficar sozinha de vez.
Até aí, ótimo! No entanto, ele percebe que vc está se distanciando e começa a se transformar no príncipe encantado que vc sempre quis que ele fosse para te reconquistar. Vc até resiste, mas acaba se apixonando de novo e o ciclo recomeça!

A PORRA DO CLICO RECOMEÇA!!!!!

alguém me passa as algemas e o material de auto-flagelação, por favor...

 
 

É pedir demais?

Eu só queria ter alguém que me amasse, que gostasse de sentir minha falta, que sentisse um ciúme, que gostasse de andar por ai de mão dada, que curtisse assistir desenho a tarde toda comigo e achasse isso um dos melhores programas... Que gostasse de ficar olhando para o nada do meu lado, e que gostasse de sair por ai só pelo fato de estar ao lado de quem se ama, que desejasse a cada momento mais momentos ao meu lado, que gostasse de jogar baralho comigo a tarde, e que não ligasse se cada vez que a gente fosse no cinema eu quisesse assistir um desenho, e que antes de entrar no cinema a gente ficasse ali nas mesinhas conversando e aprontando algumas coisas como dois adolescentes bobos.. E ainda por cima gostasse de tomar coca e na seqüencia chupar um halls preto pra ficar com a boca gostosa pra beijar, daqueles beijos que fica na memória... E que risse das minhas piadas mais bobas, e que gostasse de ler meu blog, e que amasse ficar a madrugada toda comigo mesmo tendo no dia seguinte uma prova ferrada.. Que gostasse de assistir um filme abraçado e dormisse ao decorrer do filme mas que não quisesse que eu saísse do seu lado pq gosta de me sentir perto mesmo dormindo, e que após desligar o tel me ligasse pra dizer que me ama, e que já está com saudades... Que fizesse planos para o futuro, que sonhasse com o amanhã ao meu lado, pq quem não sonha, não tem realizações, que dividisse seus problemas e alegrias comigo, que se alegrasse ao ver um sorriso no meu rosto, e que ficasse feliz com a minha alegria assim como eu com a dele.. Que brigasse comigo as vezes por achar que a gente precisa ter um relacionamento mais maduro e horas depois resolvesse ir comigo assistir o novo desenho que saiu, que de sábado não ligasse em acordar as 8:00 só para poder falar comigo no tel, e que me levasse para os programas mais chatos isso é se não fossem compartilhados com quem se ama... Que gostasse das coisas mais bobas do mundo, pq são nas pequenas coisas que a gente encontra os verdadeiros e mais puros sentimentos, que não ligasse para o que acham do que a gente gosta... Que fizesse do nosso amor a coisa mais importante do mundo, mesmo que esse fosse tão pequeno perto das coisas de grande importância, que brigasse comigo pq acha que tenho que estudar mais, e que nunca deixasse de pegar no meu pé quando esqueço de comer, dividir o kinder ovo comigo e me dar metade do trident... Que parasse por certos instantes e ficasse a me olhar, por segundos, minutos e no final terminaria com aquele sorriso, que ao me ver envergonhada me escondesse onde somente ele poderia me ver... e que na despedida ao selarmos o último beijo me puxasse pelo braço e sem falar nada simplismente me desse outro. Que embora fosse um homem, ao meu lado seria sempre uma criança.. daqueles que ama um chocolate e se lambusa todinho, para que mais tarde eu mesma pudesse rir com tudo isso, que ao me ver triste me abraçasse sem perguntar O que foi? Mas dissesse Eu estou aqui..conte sempre comigo ...que enxugasse minhas lágrimas mesmo que fossem de alegrias, então por fim quando o assunto acabasse me deitaria em seu colo cantaria pra mim...me daria um beijo de boa noite...e diria em suaves palavras...eu te amo e sonhe com os anjos..

Por: Codinome Beija Flor
Data: sábado, janeiro 27, 2007
Às 8:04 PM
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A presença é o parâmetro da saudade

Lembro-me, não raras vezes, da expressão calma do seu rosto sobre meu peito, do olhar vago e ao mesmo tempo tão presente e sempre o primeiro a detectar _antes mesmo de mim_ as minhas vontades.
Lembro a forma doce que me presenteava um sorriso e da sensação de um bem-estar profundo quando nós sorríamos juntos, as lágrimas tímidas que insistiam em permanecer alí, intactas, quando as palavras bonitas não eram consideradas descartáveis, porque elas traduziam os sentimentos mais intocáveis. Nada era inefável.
Lembro-me dos nossos desejos conjuntos como no dia que queríamos chocolates suíços e das nossas disputas para comer o último bombom da caixa. Do dia em que nós decidimos juntar a galera toda pra jogar conversa fora em qualquer bar e justamente nós fomos os únicos a não ir, só pra ficar na sua casa, grudadinhos no sofá, ao som dos pingos de chuva na janela e assistindo um filminho velho na TV. Um dos beijos melhores da minha vida aconteceu naquela noite.
Lembro, com toda clareza, todos os detalhes de todos os movimentos das nossas noites infinitas _sim, somente nossas, os únicos seres existentes e tão complementares_ as quais chegavam a serem dias tão rapidamente. O seu cheiro, aquela mistura equilibrada de uma vontade louca de me descontrolar com uma vontade sensata de abraçar, me atingia o cérebro, na parte onde o esquecimento da realidade era penetrável.
Lembro-me da sua incrível habilidade de lidar com minhas preocupações banais, mas lembro de nunca ter perdido um dia inteiro para elas. Você sempre esteve com sua mão na minha mão, no meu cabelo, na minha nuca... Tudo isso para que eu não me arrependesse de ter tido um dia a menos. E eu nem sabia que cada dia estava sendo um dia a menos na sua vida, ao invés da minha.
Lembro, e se você estivesse aqui poderia jurar por tudo que eu não lembraria, depois de dois longos anos, mas lembro perfeitamente das suas lágrimas quando escapei detalhes de meu funeral: a música, a doação de órgãos, as cinzas, o rio em que seriam jogadas... Detalhes desagradáveis que uma vez na vida deve ser dito a alguém que te conheça o bastante.
E quem imaginaria, meu amor, que você partiria primeiro... E tão rápido! Levo a saudade, encostada em meu peito, em vez do teu rosto. O teu cheiro nunca mais senti senão em sonho: uma doce e agradável ilusão de um sentido. Os últimos chocolates agora sempre sobram. Até tento, mas não faço mais questão deles. A minha realidade nunca mais foi adormecida ou enganada e por fim tem sido dura. Sim, as lembranças tentam me acalmar, mas quase sempre são ineficazes; acabam por deixar um enorme vácuo dolorido, ainda. O vazio provém da tua falta. Isso sim é inefável.

 
 

Dezenove de outubro de 2004

São extamente 7:33..você dorme na cama..a cama onde transamos a noite toda..quando acordar irá achar o bilhetinho embaixo da jarra de suco. O suco que você mais gosta..tive o cuidado de colocar pouco açúcar e muito gelo.
A casa não é mais a mesma e tou saindo para andar, respirar fundo, pensar, ver o mar como fiz inúmeras vezes quando estava longe de você...antes olhava o mar com a intenção de quem sabe talvez ter você de volta, hoje olho o mar e o vazio toma conta de mim, tudo é tão confuso e complicado que acaba me deixando assim, do jeito que estou agora, sem palavras ou pensamento, sem decisões, sem desejos, sem saber quem sou e o que sinto.
Olho para o mural e vejo nossa foto...duas faces diferentes...a melancolia e o sorriso...e hoje nem sei o que é isso...hoje sou apenas um corpo sem alma.
Minha inquetação aumenta e me impede de fazer o que deveria estar fazendo...queria realmente não estar sentindo nada...mas repetidas vezes eu senti alguma coisa e não soube definir o que era, repetidas vezes eu escrevi e não me contentei, repetidas vezes tentei chorar e não consegui, repetidas vezes ouvi as mesmas músicas e não consegui entender ou relacioná-las com minha vida...hoje não está sendo diferente. Hoje não consigo definir o que sinto, hoje escrevo sem parar, hoje já tentei chorar e não consegui, hoje escuto as mesmas músicas e não consigo identificá-las em minha vida.
Um carinho, uma cor, uma flor, um abraço e um beijo, teu cheiro de cigarro impregnado em mim...porque tudo isso que sinto é resultado de não ter o que quero...mas hoje eu não quero nada!

Por: Renata Ribeiro
Data: quinta-feira, janeiro 25, 2007
Às 11:07 PM
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A diferença entre homens e mulheres quando o assunto é sexo!

Por que o homem simplesmente vira para o lado e dorme depois do sexo, enquanto a mulher espera conversar e receber carinho? Pensando muito com meus botões cheguei a conclusão que, muitas vezes, o sexo significa para o homem nada mais que "liberação de tensões acumuladas". Isso explica o fato deles sempre dormirem depois de uma noite beeeeeeeeem quente!!! O homem, normalmente incapaz de demonstrar emoções, busca no sexo uma forma de alívio do estresse do dia a dia, como, por exemplo: Problemas no trabalho, com a família, contas a pagar...
Já a mulher pensa bem diferente... ela quer envolvimento e carinho, quer conversar sobre como foi seu dia, falar das vitorias e das derrotas, fazer planos... Ele quer esvaziar... ela, completar! Talvez esse seja o ponto em que os relacionamentos ficam abalados...
Os homens são geralmente muito frios, e vão levando a situação como se nada estivesse acontecendo (as vezes nem imaginam que exista algum problema mesmo! =P), enquanto a mulher fica dias imaginando onde ela errou, o por quê das coisas chegarem ao ponto que chegou... pensam até que o homem tem outra mulher! Sim, admito, a mulher é dramática por natureza, mas creio que em 50% dos casos elas estão certas...mas poligamia é uma coisa que discutiremos mais tarde.
O problema, na verdade, é que para fazer sexo a mulher precisa de um motivo, e o homem só precisa de um lugar... muito simples! Não sei se um dialogo adiantaria muita coisa... afinal, ninguém mudará seus proprios instintos, imagine mudar o do outro...
Apenas acho que os homens poderiam pelo menos escutar (ou pelo menos fingir que escutam) um pouco suas companheiras... e as mulheres também poderiam pelo menos uma vez na vida não levar as coisas tão a sério e simplesmente relaxar ao lado de seus companheiros...


Mas... viva as diferenças!!


É a primeira vez que escrevo para um blog... espero que curtam este breve texto acima, e antes de tudo a minha inspiração para escreve-lo foi do livro: "Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?" e recomendo!

 
 

Ah, a Paixão...

"Incontáveis como as areias do mar são as paixões humanas, e todas elas diferem entre si; e todas elas, as vis com as nobres, no princípio são submissas ao homem, para logo depois se transformarem em suas terríveis dominadoras. Bem-aventurado aquele que soube escolher entre todas as paixões a mais elevada. (...) Mas existem paixões que não foi dado ao homem escolher, que já nascem com ele no momento em que ele mesmo nasce para a luz do dia, e não lhe são dadas forças para delas esquivar. Grandiosa é a tragetória terrena que elas são predestinadas a precorrer. Não importa se em forma sombria ou como luminosa aparição que alegra o mundo por um momento- São igualmente chamadas para um bem desconhecido do ser humano. E quiçá neste mesmo coração a paixão que o arrasta já não parta dele, e na sua fria existência se encerre aquilo que mais tarde derrubará por terra o homem, e o fará cair de joelhos diante da sabedoria verdadeira."

Paixões. Platônicas, físicas, duradouras, rápidas. Com cheiro de cravo, de sexo, de violeta, de saliva, de bolo quentinho. As paixões variam entre si como batatas fritas do mesmo pacote: nenhuma é igual. Pode parecer que você está apaixonada como daquela ultima vez... pode ser que aquele bolo tenha um cheiro gostoso... mas nunca é igual. Talvez QUASE igual.
O difícil das paixões na verdade é escolhê-las e controlá-las. Eu como desatinada que sou, penso que se você pode controlar, nao é paixão. Ueh, afinal, qual é a definição de paixão? Já tá mais do que batido e sabido que Paixão vem do latim passione, que significa sofrimento. A palavra paixão originalmente designava o modo como a alma ou a psique é afetada de fora, ou seja, como ela é passiva diante das impressões que recebe. Passivo e paixão vêm do grego Pathos, mesma palavra que de onde se derivaram os verbetes patológico e paciente que nos remetem atualmente a idéia de doença. Para os gregos Estóicos, todas as doenças tinham em sua base a frustração de uma expectativa motivada por uma paixão.
Realmente podemos nos tornar escravos ou loucos, como os ditos das expressões populares (“louco de amor”, “louco por você”). O vínculo entre o amor e a loucura sugeridos por essas expressões pode ter um fundamento neurobiológico se aproximando do Transtorno Obsessivo (quando os pensamentos persistem incessantemente em direção a um único objeto ou tema). Em estudos recentes as concentrações de substâncias que refletem o funcionamento cerebral são alteradas da mesma forma nos amantes e nas pessoas que sofrem de transtornos obsessivos. “Amar como um louco”, portanto, não seria mera figura de linguagem.
A paixão pode ser dividida em 3: a paixão normal (aquela que dura pouco, pra dar espaço ao amor, moderada, tranquila), a paixão obsessiva (a mais comum, vivida pela maioria dos poetas e escritores e pessoas que passam e você não vê) e a paixão "delírio" (a paixão paranóia). Todos já vivemos as 3 paixões. A normal é aquela que você sente por 2 semanas e desencanta, começa a ver os defeitos e pula fora. A paixão obsessiva, aquela que você só pensa naquela pessoa e deixa tudo de lado (onde é que eu já ouvi isso??) e a delírio que você sempre acha que não é amado, que a pessoa está te traindo, essas coisas (hmmm um ar de familiaridade, hein?). Por mais parecidas que as duas últimas pareçam, existe uma pequena diferença que consiste no “grau de certeza” de quem o experimenta: no obsessivo predomina a dúvida e a introspecção (a pessoa tem a crítica preservada em relação a situação e as idéias obsessivas que emanam de sua mente, mas não pode controlá-las); nos delírios prevalece a certeza (a pessoa paranóica está convicta de que alguém a quer mal por exemplo) e a perturbação das capacidades de introspecção(a pessoa está convicta de que tem razão e que os outros é que estão errados). A paixão evolui entre a obsessão e o delírio, pois o apaixonado está convicto do valor do ser amado e de seu sentimento, mas sabe que essa idéia é um produto de seu psiquismo.
Bem, ficou muito científico isso aqui, né? Resumindo... Paixão é uma doença que causa loucura, obsessão, sofrimento, tristeza, vazio. Na Grécia, só os deuses eram capazes de despertar a Pathos, jamais um mortal. Coincidência que quando nos apaixonamos de verdade colocamos a pessoa em tamanho pedestal inalcançável que eles praticamente estão no céu? Hmm...

No próximo post continuo meu raciocínio... se não vocês ficam saturados do tema e não lêem até o final... Ahhh, meus leitores preguiçosos...


ps: O textinho do começo é do Gógol, do livro Almas Mortas. Na edição que eu tenho é a pag 293...

=)

 
 

Querido professor...

Eu sei que deve estar sendo tudo muito difícil aí. Eu não queria que fosse assim, juro. Mas não pude evitar, você não cumpriu o que me disse naquela tarde. Nós poderiamos ter sido bem felizes desde então. Que mania de querer fazer as coisas do seu jeito! Te custou tudo isso, olha só.

Foi uma luta entre sua teimosia e os meus caprichos. O 'senhor' imaginava mesmo que a menina dos olhinhos puxados e sorriso tímido - que te ouviu com todo carinho desafinar cantando Sweet Child O' Mine acompanhado do seu velho violão, não teria coragem de abrir a boca e contar tudo o que aconteceu naquele sábado depois da aula.

Lamento muito que sua mulher tenha te largado e te proibido de ver seus filhos. Espero sinceremente não ter acabado com a sua vida. Mas tu sabes, eu ainda tenho um diploma para ganhar, carreira para seguir, além de formar a minha própria família. E você já tem tudo isso, ou teve, olhando as circunstâncias. Encare esse tempo na cadeia como uma antecipação da sua aposentadoria. Veja! Aprendi a ser sempre positiva com você. :)

Desde a sua primeira aula vi o quanto você era tudo o que faltava em mim. Você foi realmente o meu maior pedestal. Eu pensei que seria impossível conseguir ao menos ter uma conversa que não fosse sobre Nietzsche e seu 'Deus morto' que eu insistia em defender e te levava a me chamar de cética e me dizer que você também era assim na minha idade - me deixando furiosa, fazendo assim só aumentar a minha vontade de te impressionar. Eu sei que isso é coisa da minha cabeça, mas sempre tive esse desejo de ter bem perto quem eu admiro. Deve ser só uma forma de querer ser igual e tão bom quanto. Ou para ter do que me gabar diante de minhas amigas. Elas não acreditaram quando eu disse, até parece que eu mentiria para elas!

Espero que você goste do presente que estou te mandando junta da carta. O livro é do Vladimir Nabokov, adoro esse cara... Não vou pedir para que não me esqueças, tenho certeza que você não o faria. Devo ter marcado um pouco da sua vida, não é?

Vai sofrer, vai chorar, e você não merece, mas isso acontece...

Beijos,

doce criança.

 
 

Fantasmas do natal passado (ou A volta dos relacionamentos mortos vivos)

É. Você é feliz. Sai pra passear, vai ao cinema, come pizza de brócolis com bacon (porque este é o único sabor que vocês dois concordam) até enjoar, assiste todos os lançamentos do cinema e os velhos da locadora e da net, descobre que tem um certo restaurante que serve aquele peixinho frito com purê e fritas num precinho ótimo e tudo vai às mil maravilhas. De repente algo puxa seu tapete e *POW*: lá você está no chão... Sem saber pr aonde vai, como vai ficar, se liga ou nao, se ELE liga ou nao, essas coisas. E ai você liga, se desespera, pede pra reconsiderar, chora... chora... chora... reclama pra todos os seus amigos ou qualquer pessoa que pergunte como você está. E depois, aos poucos, você vai percebendo que o dia não demora tanto a passar, que as canções nem sempre relatam suas brigas, que a sua parede já viu outras pessoas e que estas foram esquecidas (por mais que agora pareça que elas não significaram nada, elas um dia significaram e muito.) mesmo que tenha demorado um pouco.
E ai o tempo passa. Outras pessoas aparecem. Pouco a pouco ver aquela pessoa no mesmo local que você. E você se apaixona por outras pessoas... e aquela ferida que um dia parecia tao grande hoje você nem sente; dela ficou só a cicatriz superficial. Você só se lembra que o corte existiu quando alguém vê e pergunta: "cicatriz grande, o que foi isso?" "poxa... foi uma queda que eu levei quando eu era mais nova.". Pronto. É a isto que meses, anos de sofrimentos são reduzidos: a um breve comentario uma vez ou outra.
Bem... Eu não sei vocês mas eu gosto de medir o tempo/distância de formas diferentes, como por exemplo: "Desatinada, demora quanto tempo pra você chegar na casa da Menina de mil Idéias?" "Ah, uns 5 cigarros e 2 cervejas.". Enfim, eu já sofri muitos maços e grades por ai... e continuo sofrendo, mas o que tem me espantado ultimamente, e o que me levou a escrever isto aqui (que não chega nem perto dos textos das meninas tão reflexivos e inteligentes) foi a ressurreição - ou a tentativa frustrada de uma - de alguns relacionamentos antigos. Lógico que não vou citar nomes, mas, no útimo mês uns 5 ex rolos meus vieram conversar comigo querendo voltar. O que está acontecendo? Entre tanta troca de energia foi criado involuntariamente um vórtex por onde passaram todos estes fantasmas do natal passado? Se sim, por que AQUELE certo fantasminha não tão camarada ainda não veio me assombrar. A resposta é simples: porque neste vórtex só passam os do Natal Passado, e este certo fantasminha ainda é muito presente - voluntaria ou involuntariamente.
Estranho como a gente só percebe que as coisas fazem parte do nosso cotidiano quando elas já passaram. Estranho como as pessoas só percebem que "você é uma mulher incrível, diferente de toda e qualquer mulher que que já passou pelo caminho torto que é esta vida" depois que você já dobrou a esquina. Como podemos ter certeza que queremos o que dizemos que queremos? E será que vale a pena magoar alguém por um querer de 20 minutos? Até onde vai o egoísmo humano para satisfazer seus segundos de felicidade? Quanto dura uma vida de hipocrisias? Quanto tempo alguém aguenta correr da felicidade? "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas"... Eterno enquanto dure...

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A auto-imagem como algo facilmente modificável.

Aconteceram hoje fatos que me insitaram a algumas considerações.

Se você se perguntar agora o que acha de si mesmo, não tenho dúvida que entre elas (no fundo do seu coração, não levando em consideração a falsa modesta) estará o predicado bonito ou, pelo menos, charmoso, estilo, ou qualquer coisa assim. Pois bem. Partido do pressuposto de que você é você e que por isso ninguém além de você vai te conhecer melhor que você mesmo (nossa, quantos vocês!), fica a pergunta: Por que é só alguém desdizer ou confirmar de forma mais enfática que sua auto-opinião muda? Por mais bonito que uma pessoa se ache, é só alguém olhar de forma penosa, ou cochichar com a amiga algo do tipo: "meu deus, como a boca daquela pessoa é feia!" que no mínimo você procura o espelho mais próximo e olha a sua boca pra ver se aquela fulana tem razão, nem que seja para dar uma resposta pra si mesmo depois dizendo: "que invejosa!". Mas que olha no espelho pra confirmar, olha!

Agora me respondam: Por que? Por que a opinião do outro é tão importante? Por que receber um elogio inesperado de alguém que você nunca imaginava é tão absurdamente gratificante? Por que faz você ficar até mesmo mais bonito e confiante? Quando alguém me pergunta o que eu acho da Guernica, eu respondo: feio. Se disserem: "mas é obra de um gênio!". Resposa: feio. "Mas vale milhões!!!!". - feio. Porém no tocante a mim mesma... "oi mulher-de-mil-idéias, vc engordou?", toda a figura que eu havia construído na frente do espelho se abala e, por mais que o esse mesmo espelho confirme o que eu pensava antes do comentário, eu preciso ir ver se ele realmente foi verdadeiro. Em nenhum momento eu pensei em voltar atrás em relação à Guernica, mas em relação a mim...

Eu sei que não estou sozinha nessa. As pessoas que se dizem feias (por mais que elas sejam de verdade), não dizem isso por se acharem realmente feias e sim para se proteger de comentários contrários porque... SE ALGUÉM DISSER QUE ELE É REALMENTE FEIO, ELE ACREDITARÁ!!!!

Nossa auto-estima é mentirosa? Por que não acreditar nela só um pouquinho?

Eu falei aqui em relação à feiúra e beleza, mas isso é em relação a toda a nossa auto-imagem. Se nos achamos inteligentes, espertos, desenrolados, legais, etc etc etc, basta alguém dizer que não... pronto! 'Cabô-se' tudo!

... Por que?

Por: Anônimo
Data: quarta-feira, janeiro 24, 2007
Às 7:17 PM
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'Pra quem não sabe amar e fica esperando alguém que caiba no seu sonho.'

Tem coisa que a gente passa a vida toda pra aprender e não aprende - ou diz que aprende só pra se sobressair quando está no meio daquelas conversas de bar sobre relacionamentos, vida, universo e tudo o mais. Eu poderia citar muitos exemplos que estão rondando a sua cabeça agora, mas o mais evidente de todos é: a criação de expectativas.

T-O-D-O mundo cria uma mega-estrutura para as outras pessoas, principalmente as que você acabou de conhecer. Sabe aquele moço da mesa ao lado no restaurante? Aquele com a postura mais bonita que você já viu. Com o nó de gravata mais bem feito. Ele, na sua cabeça, só com as evidências de como se vestir e o modo de sentar, é o cara perfeito. Deve morar sozinho, ser solteiro, já que não usa aliança, bem sucedido, deve saber cozinhar, abrir a porta do carro, ligar no meio de uma viagem de trabalho só pra dizer 'boa noite', e além de tudo, é hetero...

Na sua cabeça, é claro! O que você não sabe é que ele, quando sozinho, ou acompanhado-seja-lá-por-quem-for, não é nada do que você sonhou que fosse. Pode variar em ser o cara mais normal do mundo ao mais escroto. Depende da sua sorte, do mês, da posição dos astros. Essas coisas que dizem - e eu não acredito - e 80% da população do mundo acredita, ou pelo menos tenta não contrariar, né? Vai que é verdade, ué. É sempre melhor ser neutro diante dessas coisas.

Daí o que é que acontece? Eu simplesmente quebro a cara quando chega finalmente a hora da verdade. A hora que eu sonhei a semana toda chegar. O grande sábado à noite. Amigos, música, cervejas, cigarros. E ele lá. Sentadinho. Esperando que eu o cumprimente, pelo menos com os olhos. Siiiiiim, com os olhos, DE NOVO. A gente já tem até uma comunicação bem estabelecida através dos nossos olhares reforçados por óculos de armação grossa. Eu chego, falo com todo mundo e deixo ele lá, esperando mais um pouco. É sempre válido fazer charminho e jogo duro. Então tá. Estendo a mão e falo: oi, estranho. Ele abre um sorrisão. Eu já sabia que ele gostava pacas do filme Closer. Daí não perdi a chance de fazer o trocadilho. TODO-MUNDO-SABE-QUE-EU-ADORO-UM-TROCADILHO, vaaaaai.

Conversa vai, conversa vem. Bem, agora você quer saber se ele correspondeu às minhas expectativas. E eu posso dizer que sim e não. É. Me permita ser bem sincera. Ele não é tudo o que pensei que fosse: ele é um terço do que eu pensei. Mais um terço, pois eu estou deixando de ser tão exigente com as outras pessoas e com os meus caprichos. Então, ele é mais que a metade do que eu pensei que fosse. O resto, quem sabe um dia ele aprende e fica no ponto. Logo depois que isso acontecer eu vou ficar caidinha por ele. Ele vai se sentir num mundinho muito pequeno comigo. E daí já é outro texto. Seria: 'Me fodi de novo, e agora?'.

Por: Baby Blue
Data: terça-feira, janeiro 23, 2007
Às 7:11 AM
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Elogio à Loucura

"Não espereis de mim nem definição, nem divisão de mestre de retórica. Nada seria mais despropositado. Definir-me seria dar-me limites, e minha força não conhece nenhum. Dividir-me seria distinguir os diferentes cultos que me prestam, e eu sou adorada por igual em toda a terra. Além do mais, por que querer vos dar, por uma definição, uma cópia ideal de mim mesma que não seria mais que uma sombra, se tende diante dos olhos (e dentro da cabeça) o original?"
Erasmo de Rotterdam - Elogio da Loucura


Estou lendo esse livro. É incrível como ele faz a senhora em questão passar de pejorativa à lisonjeira. A primeira em relação às mulheres e ao fato delas serem loucas, semelhantes às crianças, sem prudencia nenhuma, apenas "loucura em seu grau mais doce", diz o livro. A segunda quando no tocante à vida. Ele diz que se prezeres a vida nem se quer pode ser chamada dessa forma. Muito interessante para um teólogo... Monge! Para ser mais exata.

Em sua grave crítica ao crescente racionalismo, Erasmo nos mostra o quanto uma vida de devaneios e puro hedonismo pode ser a saída para as grandes tormentas humanas. Mostra-nos também o que é socialmente aceito, de fato, exigido e elogiado, na verdade não passa de puro nonsense!

Porém, a conclusão que tiro do livro é que a loucura é a saída para os que não aguentam a pressão da realidade e o peso das convenções sociais. É melhor ser louco que adimitir estar errado e, conscientemente, abandonar a conduta socialmente exigida, por uma mais confortável, mais suportável. O homem não aguenta os problemas que cria; e os cria para não aguentar; não aguentando, ele busca forças em algo superior a ele; não encontrado essa força, ele enlouquece.
No livro, a loucura nos insita ao modelo do deus Baco: "Por que essa juventude encantadora que brilha sem cessar no rosto de Baco? (...) É que esse deus, sempre louco, sempre bêbado, passa a vida em meio aos jogos, danças e festins, e evita o menor contato com Palas (Atenas - sabedoria)"

...

O fato é que não desejo a vida de Baco. Sou prudente, sou racional (grande defeito para Rotterdam) Sou como os "homens magros, tristes e rabugentos que se dedicam ao estudo da filosofia, ou a alguma outra coisa difícil e séria: a alma deles, constantemente agitada por uma multidão de pensamentos diversos, influi sobre seu temperamento (...)"
Mas... o que é para se fazer? Gozar de uma loucura convinientemente financiada por nossa vida de classe média? Porque sim: só é possívcel ser realmente louco, se entregar aos prazeres de forma pura e simples, se o estômago estiver forrado, estou errada? só assim podemos seguir o exemplo de Baco ( deus, com baquetes abundantes, riquesa, opulência...).

É verdade que não devemos esquecer o contexto em que foi escrito. Auge do mercantilismo, onde as únicas pessoas que importavam e apereciam nas histórias eram nobres, reis e rainhas. Plebeus e camponeses não eram mais que figurantes para compor um cenário. Apenas seres que dividiam o ar neste mundo. Se esquecermos que existem tais pessoas, realmente viver na loucura é o melhor remédio. Mas o lance é que: NÃO VIVEMOS! Essas pessoas existem e precisam ser levadas em consideração.

Racionalismo exacerbado realmente não é uma boa idéia. A loucura é necessária, mas como auxiliar, não como protagonista.

Por favor, não me levem a mal! Longe de mim parecer moralista, grave... chata mesmo apenas acho que o mundo é grande de mais para que nos tranquemos em nossas loucuras e morramos dentro de nós mesmos. Somos demaseado pequenos em relação a esse mundo para que apenas o nosso interior nos supra de tudo... Não supre!

Pelo menos não supre a mim!

Por: Anônimo
Data: segunda-feira, janeiro 22, 2007
Às 9:21 PM
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