A comodidade - e a dor.
Olho pros lados. Uma porta, uma parede. É assim que eu me sinto, presa numa teia onde só tenho uma opção: sair. Mas a comodidade - e a dor, me fazem continuar sentada nesse lugar pequeno e mal iluminado, que convecionou-se chamar "seu coração". Engulo minha saliva e torno a olhar ao meu redor... Esse gosto amargo me vêm à boca; esse gosto de bile. Sim, não tem mais nada no meu estômago e tudo aqui me enoja. Nesse lugar não há o que comer; no seu coração não há nada que não meros móveis. Um sofá, uma mesa, um computador... alguns papeis. E o vazio. O vazio que preenche o seu coração, que preenche você, e que acaba por me preencher, como que por osmose. Infelizes das pernas minhas, que já não caminham sem se apoiar nessas suas veias e artérias que se alimentam de um sangue rico em substâncias que o seu organismo rouba de mim, da mesma forma que você me rouba o sorriso e coloca ele no seu rosto pra exibí-lo como um troféu. E acabo, por fim, fazendo desse tapete surrado, um leito. Quisera eu que tudo voltasse a ser como antes, onde meu leito era teu peito, e o gosto que vinha à minha boca era aquela mistura de pasta de dente com doritos, aquelo beijo de bom dia e aquele cheiro de pizza ao entardecer. a porta branca se abre...é você?
Susto. Abro os olhos. Adormeci? Talvez. Acho que foi tudo um sonho. A televisão continua acesa. Resolvo olhar pros lados para, finalmente, ter certeza que foi um sonho; e foi. O que os meus olhos cansados vêm são esse vazio do lado da cama, onde você deveria estar. Talvez esses sonhos sejam uma cópia sem som da realidade. O mesmo vazio. Apenas móveis. Sem beijos, sem gosto de pasta de dente. E a porta, também branca, continua fechada. Só tem esse cheiro de café que alguém, que não você, tá passando pra mim. Esse café que a minha infeliz comodidade - e a dor, me fazem tomar sozinha, toda manhã, vestida nas camisetas que você deixou aqui e que ainda têm o seu cheiro. Ou talvez não tenham mais, mas eu sinto, ainda sinto.
E se me perguntassem se eu queria sentir o cheiro do seu cabelo na minha mão toda manhã, como se eu tivesse feito cafuné em você pra dormir (em um você que eu não vejo há semanas)... Bem, é pra ser sincera? Queria. Quero. Isso é gostar de sofrer? Talvez. Quem se importa?
As lembranças alimentam essa vontade louca de você, essa obsessão pelo seu cheiro e a falta que o teu sorriso faz só as minhas lagrimas correndo do rosto pro peito, como as gotas de orvalho que molham as rosas do jardim, poderiam descrever.
Ou sobrescrever.
Ou transcrever.
Susto. Abro os olhos. Adormeci? Talvez. Acho que foi tudo um sonho. A televisão continua acesa. Resolvo olhar pros lados para, finalmente, ter certeza que foi um sonho; e foi. O que os meus olhos cansados vêm são esse vazio do lado da cama, onde você deveria estar. Talvez esses sonhos sejam uma cópia sem som da realidade. O mesmo vazio. Apenas móveis. Sem beijos, sem gosto de pasta de dente. E a porta, também branca, continua fechada. Só tem esse cheiro de café que alguém, que não você, tá passando pra mim. Esse café que a minha infeliz comodidade - e a dor, me fazem tomar sozinha, toda manhã, vestida nas camisetas que você deixou aqui e que ainda têm o seu cheiro. Ou talvez não tenham mais, mas eu sinto, ainda sinto.
E se me perguntassem se eu queria sentir o cheiro do seu cabelo na minha mão toda manhã, como se eu tivesse feito cafuné em você pra dormir (em um você que eu não vejo há semanas)... Bem, é pra ser sincera? Queria. Quero. Isso é gostar de sofrer? Talvez. Quem se importa?
As lembranças alimentam essa vontade louca de você, essa obsessão pelo seu cheiro e a falta que o teu sorriso faz só as minhas lagrimas correndo do rosto pro peito, como as gotas de orvalho que molham as rosas do jardim, poderiam descrever.
Ou sobrescrever.
Ou transcrever.
e que nos libertemos das paredes, dos desejos que não convém e das lembranças de cheiro e cafunés.. :~
bem-vinda! :)
cheiros e cafunés ficam marcados de uma forma incrível.
e obrigada pelas boas vindas, Baby.
Num sei pq, mas parece q sou eu aí no texto =/
E nem fale em cheiro...até no ônibus eu sinto o cheiro dele =/
bjuss pra todas
=**
todos esses textos são um reflexo da realidade de todas nós, eu diria. beeeijo!
eh... cheiros, locais...
fica impossivel.
até que de repente....
=D