Os supermercados nunca foram tão tristes.
Das quedas mais imprevisíves às reações mais truculentas. E é assim. Do jeito que eu gosto. Com toda a ausência de verdade no ar. Deixar-se longe por algumas horas em pensamento ou fisicamente é a melhor forma de sentir a vida como ela é.
A miopia é uma dádiva que poucos têm. A visão engana, desfoca, deixa a desejar. A parte boa está no exergar quando se pode, quando se quer. O controle dos fatos, a desobediência da mentira.
Tenho uma preferência muito suspeita para com a boêmia. Aplaudo canções tristes, aprecio copos na mesa. Agarrei o meu drama e dele não solto mais. Isso me faz bem. Aqui, gostos amargos também são sentidos, não ignoro os sentimentos tão renegados. Dou o seu valor merecido, o preço dos desconsolados.
Se eu soubesse usar métrica, faria poemas, sonetos, te escreveria uma carta. Mas eu não sei. Tenho a simplicidade dos mais ingênuos, errantes. Tropeço na rua, esbarro, desarmo. Acho bonito perder a pose, desequilibrar, ser vencido pela madrugada.
Valorizo o riso alto, as conversas desastradas, os encontros ao acaso.
Então não se culpe, tampouco ostente zombaria. Gosto da velocidade da queda e do coração em pedaços. Faço uso continuo da tristeza e até nego alguns abraços. Me preencho do que posso, não ligo pros seus atos. Pulo em cima, danço, me acabo.
Me abstenho de valores, não sinto. Atropelo traições, arrisco e jogo tudo à vera.
(...)
No final: minto muito, choro pelos cantos, me desfaço, me arrasto!
A miopia é uma dádiva que poucos têm. A visão engana, desfoca, deixa a desejar. A parte boa está no exergar quando se pode, quando se quer. O controle dos fatos, a desobediência da mentira.
Tenho uma preferência muito suspeita para com a boêmia. Aplaudo canções tristes, aprecio copos na mesa. Agarrei o meu drama e dele não solto mais. Isso me faz bem. Aqui, gostos amargos também são sentidos, não ignoro os sentimentos tão renegados. Dou o seu valor merecido, o preço dos desconsolados.
Se eu soubesse usar métrica, faria poemas, sonetos, te escreveria uma carta. Mas eu não sei. Tenho a simplicidade dos mais ingênuos, errantes. Tropeço na rua, esbarro, desarmo. Acho bonito perder a pose, desequilibrar, ser vencido pela madrugada.
Valorizo o riso alto, as conversas desastradas, os encontros ao acaso.
Então não se culpe, tampouco ostente zombaria. Gosto da velocidade da queda e do coração em pedaços. Faço uso continuo da tristeza e até nego alguns abraços. Me preencho do que posso, não ligo pros seus atos. Pulo em cima, danço, me acabo.
Me abstenho de valores, não sinto. Atropelo traições, arrisco e jogo tudo à vera.
(...)
No final: minto muito, choro pelos cantos, me desfaço, me arrasto!