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com seus garranchos....

 

Marasmo (pt 2 de 3)

Quando acordei estava só. Na mesinha havia um prato de sucrilhos de chocolate e ao lado um copo de suco de laranja e um copo de leite. Eu achei que haveria veneno na comida, sabe? Uma daquelas coisas de cinema que a gente vê nestes filmes mais "b" onde a moça é oferecida uma escolha: comer e morrer ou morrer devagar e dolorosamente. Fui comer. Esperei horas. Nada aconteceu. Não senti gosto diferente na comida. É, eu fui enganada. Eu não havia sido presenteada com a escolha da morte rápida e indolor.

Nem passava pela minha cabeça o porquê de eu estar naquele canto. Era lógico que ninguém saberia qonde eu estava. Nem eu sabia onde eu estava - Pequenópolis de repente não pareceu tão pequena. Tinha muito verde para ser a parte da cidade a qual eu estava acostumada. Vi por uma janelinha na sala que estava toda cheia de arame farpado. Sentei. Fiquei esperando o cara que tinha me levado. Não havia nada para fazer naquela pequena casa de 6 cômodos (sendo eles 2 quartos, 1 sala, 2 banheiros, 1 cozinha.) então comecei a procurar algum papel para escrever. Sentei no sofá e escrevi, desenhei, até que ouvi a porta se mexendo. Ele entrou de novo. Me deu boa tarde e me disse que eram 4:30 da tarde e que, caso eu ainda não tivesse visto, o guarda-roupa de um dos quartos continha algumas roupas minhas para quando eu fosse tomar banho. Pensei que aquilo fosse muito cinematográfico para ser verdade, mas, balancei a cabeça e continuei sentada sem falar nada.

Ele sentou na minha frente, ligou um radio antigo e ficou me olhando, sempre mascarado. Ele não me inspirava medo nem receio; era como se eu soubesse que ele não ia me tocar. As horas passaram e levantei. Perguntei pra ele se tinha café e ele disse que sim e que eu fizesse pra ele também. No rádio, ouvia James Brown e não tirava o olho de mim.

Comecei a ouvir no rádio umas notícias sobre uma onda de assaltos à banco pela cidade e pelo estado. Um homem e uma mulher. Lembro que pensei que eram mais um par de loucos que haviam visto filmes demais, talvez como eu, tão romântica esperando um resgate. A Cidade estava toda em alerta por estes assaltos, jamais alguém iria notar que uma moça insignificante como eu havia sumido. Como nunca tive gatos ou cachorros ou plantas em casa, nda morreria por lá sem mim. E quanto ao meu emprego, bem, eles achariam outra professora medíocre para me substituir só pra depois me processarem por ter abandonado o colégio sem dar aviso prévio. Mais uma vez aceitei o fato de que ninguém viria me salvar.

Fiz o café e levei uma xícara pra ele. Perguntei pra ele onde estavamos e por que eu estava lá. Ele disse que eu saberia em breve. Eu não perguntei mais nada. De noite, eu comi um pouco e ele disse que eu podia dormir no quarto onde estávam minhas roupas. Perguntei pra ele onde ele havia posto meus cigarros. Ele riu e disse que estavam no guarda-roupa. Fui tomar um banho e quando fui trocar de roupa percebi que as roupas eram realmente minhas e que a escolha delas não havia sido lá muito decente. Vesti o maior short e a maior blusa que achei e fui pra cozinha acender um cigarro no fogão. Ele me pediu um cigarro e riu com malícia perguntando se eu estava me sentindo em casa. Eu tremi e fiquei calada, não sabia qual tipo de resposta dar a uma pergunta que tinham tantas respostas. O que passou pela minha cabeça foi que eu nunca havia me sentido em casa em canto algum, e aquele local não era diferente. Então, se nem na minha casa eu me sinto em casa, talvez eu estivesse em casa, já que tinha para aquele local o mesmo apego que meu ao próprio lar. Entreguei o cigarro e sentei na sala de novo. Tocava Purple Haze, do Jimmy Hendrix, e comentei que parecia que ele havia pegado meu hd junto com a metade do meu guarda-roupa de verão. Ele disse que eu era muito inteligente, e riu. Disse que havia pensado em pegar a TV mas preferiu gravar alguns cd's das minhas músicas, as que ele gostasse também, é claro. Comecei a achar tudo aquilo muito parecido com alguma obra de Kafka. Perguntei o nome dele e ele me disse que eu saberia em breve.

Por: Desatinada
Data: terça-feira, fevereiro 27, 2007
Às: 3:51 PM
Comentários:
 

neste post

 
Blogger Unknown Says:

palmas, palmas...

e vivas à atenção que os teus textos prendem!


hoje sim...
guardo meus comentários pra amanhã...
quero esperar pra ver se as minhas 'desconfianças' são reais!


só uma observação: que diferença faria pra uma moça 'fantasma' saber quem é a pessoa que deu a maior alegria da vida dela? me parece que tudo pra ela sempre foi na base do anonimato mesmo... ;)



beeeeijo!

 
 
Blogger Renata Ribeiro Says:

Tou ansiosa pra saber o finalll
=*

 
 
Anonymous Anônimo Says:

hummm...tenho minhs desconfianças em relação ao final do conto..mas vamos ver...

 

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